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30/04/2014

Quando a palavra não é de Deus.


O álcool não consola, não preenche os vazios psicológicos, mas supre a ausência de Deus. Não compensa o homem. Pelo contrário, anima a sua loucura, transporta-o a regiões supremas onde é mestre do seu próprio destino.’ Marguerite Duras.
A modernidade revela-nos um homem adicto, pois o exercício que impera é o exercício do ‘ter’, excluindo qualquer condição que venha apontar para uma falta ou para vazios.
A falta é constitutiva na existência humana, pois se cria a partir de um não preenchimento, de uma não completude. Poderíamos nos perguntar, o que nos falta? Pois, o que nos falta é exatamente deixar acontecer esta ‘falta’, esta articulação com a impossibilidade.
O sentido de uma felicidade ao dispor de cada um, impera e o homem hipermoderno, 'hipertecnológico' está preenchido por pílulas, aplicativos, etc. Uma conectividade total com a ideia de que existe uma felicidade disponível a um certo preço.
 Nas diversas formas atuais de ‘brindar’, de ‘tragar’ esta felicidade vai se configurando uma saideira que não termina, um copo que não esvazia ... ‘ter’ é um verbo que move o sujeito para o consumo, para uma adição constante.

26/03/2014



VALE A PENA ASSISTIR 

PARA SUBSIDIAR A DISCUSSÃO

O FILME : 

CORTINA DE FUMAÇA 

DISPONÍVEL EM:



08/03/2014

II Encontro do Núcleo de pesquisa-psicanálise e toxicomania - 15/02/14



“Sabedoria... seria anoitecer como um bêbado e amanhecer como um abstêmio.”
Paulo Mendes Campos


A ideia desse texto surgiu por ocasião de um papo descontraído na retomada das atividades do Núcleo de psicanálise e toxicomania, na CLIPP, no primeiro encontro de sábado com os participantes.
Começávamos 2014 a todo vapor: o texto de Elvia Bezerra, coordenadora de literatura do Instituto Moreira Salles – “Lições de Boemia” (O álcool e os bares nos cadernos de Paulo Mendes Campos) -, publicado na revista Piauí 88 (jan.14), nos trazia de volta ao cenário de nossas discussões em 2013.

02/03/2014

Neurocientistas confirmam que teoria de Freud está correta

ARTIGO DA REVISTA JAMA RELATA QUE OS ESTUDOS COM IMAGEM CONFIRMAM AS TEORIAS DE FREUD




Sigmund Freud: ciência comprava teoria de histeria do psicanalista. (Divulgação).
Os pacientes apresentaram diferenças na atividade cerebral quando tiveram lembranças traumáticas comparados com voluntários saudáveis em um estudo publicado na edição da revistaJAMA Psychiatry do mês passado. Além de apoiar a teoria de Freud e ajudar a explicar uma das reclamações mais comuns ouvidas pelos neurologistas, a pesquisa poderia criar novas abordagens de tratamento para os pacientes cujos sintomas costumavam ser menosprezados pelos doutores no passado.
“Trata-se do primeiro artigo de que eu sou ciente que realmente mostra que eventos traumáticos prévios definitivamente podem desencadear esse tipo de resposta motora”, disse John Speed, professor de medicina e reabilitação física na Universidade de Utah em Salt Lake City, que não esteve envolvido na pesquisa. “Isso é muito estimulante”.
A pesquisa é uma das mais recentes que demonstram como dispositivos de escâner cerebral feitos por companhias como a Siemens AG, a General Electric Co. e a Royal Philips NV estão sendo usados para ajudar a desvendar sintomas neuropsiquiátricos que costumavam desconcertar os médicos.

21/02/2014

Convite do "É de Lei"





Amigas e amigos do "É de Lei",
Neste ano estamos iniciando um novo projeto para o público jovem:
De rolê - as mil fitas de uma juventude inconformada com a lei

Nesse projeto trabalhamos com oficinas culturais para jovens que estão, já estiveram ou correm risco de estar em conflito com a lei.

Dê Rolê é um projeto que alterna passeios e oficinas pela cidade, pois é no espaço da cidade que se dão os conflitos cotidianos da juventude.

Através de rodas de conversa, exibição de filmes, saídas pela cidade, experimentações artísticas e reflexões críticas serão trabalhadas questões relacionadas ao pertencimento no espaço urbano, saúde, redução de riscos e danos relacionados
ao uso de drogas, sexualidade, direitos humanos etc.

Os encontros são semanais e os interessados podem entrar em qualquer momento, bastando comparecer aos encontros.
O projeto tem duração de 6 meses e será encerrado com a construção de um projeto artístico coletivo, construído de forma colaborativa pelos participantes.

Quando?
Toda quarta feira (a partir de 12 de fev de 2014) - 14h

Onde?
Núcleo de MSE Santa Cecília - Rua Dr. David Iampolsky, 36. Bom Retiro - próximo ao metrô Tiradentes.
  
Gratuito


Mais informações: derole.edelei@gmail.com

18/02/2014


Neknomination ou think different?

O imperativo do gozo espalha-se e infiltra-se criativamente nas redes sociais, tornando-se parte do dia a dia de todos. Jeu d´alcool – jogo do álcool – o mais novo jogo anglo-saxão, batizado de “neknomination”, tão em voga entre os jovens das mais variadas idades, já levou à morte quatro participantes. De que se trata? 

Neknomination”, neologismo proveniente da expressão “neck your drink” - “um drinque goela abaixo”-, é um jogo cuja regra principal determina que o participante poste um vídeo no Facebook no qual engole de uma só vez uma bebida alcoólica e o envie a um ou mais amigos, incitando-os a fazerem o mesmo.

Iniciado em 2014, Neknomination testemunha incontáveis ‘gosto, like, j’aime’ dos mais variados internautas que postam vídeos, traçando seus drinques, goela abaixo, em situações as mais inusitadas, entrando a cavalo numa loja, por exemplo.  O ministro das comunicações da Irlanda, embora tenha exigido que Facebook retirasse as páginas relacionadas ao jeu d´alcool, obteve resposta negativa da rede social mais famosa do planeta cujo objetivo é manter-se livre, protegendo os conteúdos compartilhados por seus usuários.

Em contrapartida ao jogo considerado mortal, para surpresa do mundo globalizado nas redes sociais, surge um novo imperativo de gozo – o pense diferente -  think different! Julien Voinson, ao receber seu convite para participar do Neknomination, barra esse gozo desenfreado, postando um vídeo no qual compra hamburgers e água para desabrigados. Voinson ‘nomeia’ três amigos e com eles compartilha seu vídeo, também inusitado. Assim começou o que agora é chamado de smartnomination; um desafio, um convite a fazer algo útil e inteligente, vindo de um amigo – uma reinvenção que literalmente muda a regra do jeu d´alcool!

Cliquem em Julien Voinson: vídeo youtube e tirem suas conclusões.

Cláudia Aldigueri Rodriguez

16/02/14

 

 

08/02/2014

Há braços abertos para toda a cidade?

http://bluebus.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/2014/01/crack-cracolandia-sp-drogas-usuario-size-598.jpg



Programa “Braços Abertos” :

           há braços abertos para toda a cidade?
    Eliane Nunes*


Vemos que as políticas de drogas neste país, vão de tolerância zero, que aconteceu recentemente no governo Kassab/Alkmin em referência à Cracolândia Paulista, até este que se propõe a ser mais tolerante e não exigir nada dos participantes.

São tentativas de sanear a bagunça que se tornou anos de descaso na região do Centro de São Paulo conhecida como "Cracolândia" e, local de muito interesse imobiliário e, lamentavelmente, uso político.

07/02/2014


ÁLBUM DE FAMÍLIA

Este filme, ainda em cartaz, retrata a vida de uma família assolada por temas que são frequentes na clínica da toxicomania: a dependência de medicamentos, de álcool, o suicídio, o incesto e os segredos que transformam uma família...

Vale a pena conferir.

Toxicomanias e pós-modernidade: um sintoma social?

Márcio Peter de Souza Leite
Crônica do I Encontro Latino-Americano dos Estados Gerais da Psicanálise, módulo Medicina e Psicanálise, outubro/2001

Inicialmente, o autor expõe a definição e a sistematização das toxicomanías feitas no CID. Em seguida, a explicação da neurobiologia é confrontada com a explicação psicanalítica. A conclusão desse confronto aponta que, no primeiro modelo, o uso de drogas aparece unicamente relacionado aos efeitos fisiológicos das substâncias; enquanto que para o modelo psicanalítico importa tanto o contexto histórico e social do uso de drogas quanto o particular do desejo de cada sujeito.
Lacan entende a sociedade atual como resultado da incidência do capitalismo no discurso do mestre. Além do mais, atribui a Marx a descoberta do sintoma. O que o faz conceber a cultura como reguladora dos modos de gozo do sujeito. Por sua vez, é esta regulação que submete o sujeito aos discursos dominantes.
A partir dessa vertente, o autor aponta a possibilidade de se admitir, dentro da psicanálise, a questão do sintoma social; o que permite levantar a hipótese sobre a existência de uma toxicomania generalizada que, no sujeito pós-moderno, seria o efeito do predomínio do discurso capitalista.

05/02/2014

II ENCONTRO PRESENCIAL DO NÚCLEO


II ENCONTRO PRESENCIAL
DO NÚCLEO DE PSICANÁLISE E TOXICOMANIA



DIA 15/02
ÀS 10 HS

RUA CARDOSO DE ALMEIDA 60 – CJ 111

Sinopse - O anjo bêbado - Paulo Mendes Campos

O Anjo Bêbado, crônicas, Ed. Sabiá - Rio de Janeiro, 1969
http://www.skoob.com.br/livro/54339-o_anjo_bebado

Acorrentados

Quem coleciona selos para o filho do amigo; quem acorda de madrugada e estremece no desgosto de si mesmo ao lembrar que há muitos anos feriu a quem amava; quem chora no cinema ao ver o reencontro de pai e filho; quem segura sem temor uma lagartixa e lhe faz com os dedos uma carícia; quem se detém no caminho para ver melhor a flor silvestre; quem se ri das próprias rugas; quem decide aplicar-se ao estudo de uma língua morta depois de um fracasso sentimental; quem procura na cidade os traços da cidade que passou; quem se deixa tocar pelo símbolo da porta fechada; quem costura roupa para os lázaros; quem envia bonecas às filhas dos lázaros; quem diz a uma visita pouco familiar: Meu pai só gostava desta cadeira; quem manda livros aos presidiários; quem se comove ao ver passar de cabeça branca aquele ou aquela, mestre ou mestra, que foi a fera do colégio; quem escolhe na venda verdura fresca para o canário; quem se lembra todos os dias do amigo morto; quem jamais negligencia os ritos da amizade; quem guarda, se lhe deram de presente, o isqueiro que não mais funciona; quem, não tendo o hábito de beber, liga o telefone internacional no segundo uísque a fim de conversar com amigo ou amiga; quem coleciona pedras, garrafas e galhos ressequidos; quem passa mais de dez minutos a fazer mágicas para as crianças; quem guarda as cartas do noivado com uma fita; quem sabe construir uma boa fogueira; quem entra em delicado transe diante dos velhos troncos, dos musgos e dos liquens; quem procura decifrar no desenho da madeira o hieróglifo da existência; quem não se acanha de achar o pôr-do-sol uma perfeição; quem se desata em sorriso à visão de uma cascata ; quem leva a sério os transatlânticos que passam; quem visita sozinho os lugares onde já foi feliz ou infeliz; quem de repente liberta os pássaros do viveiro; quem sente pena da pessoa amada e não sabe explicar o motivo; quem julga adivinhar o pensamento do cavalo; todos eles são presidiários da ternura e andarão por toda a parte acorrentados, atados aos pequenos amores da armadilha terrestre.


Vale a pena conferir!!!

Saiu um artigo sobre ele o livro recentemente, na Revista Piauí...

http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-88/questoes-etilicas/licoes-de-boemia

28/01/2014

O Vazio da Mulher e a Toxicomania


Denise Machado


Quando recebi o e-mail sobre as Jornadas 2011 da EBP – São Paulo cujo tema foi “O Gozo Feminino no século XXI” no início de setembro de 2011, havia iniciado recentemente os meus estudos sobre a toxicomania e me veio uma pergunta: Há alguma especificidade na mulher com relação à toxicomania?

Através do “passeio” por diversos textos de autores que tratam o assunto, concluí que como a mulher é “indecifrável” e cada mulher é única, não há total clareza nas respostas, mas podemos perceber algumas diferenças que podem nos auxiliar na clínica, sem deixar que a direção do tratamento do analista siga o mesmo curso que em qualquer outra clínica.

25/01/2014

A Toxicomania entre a Psicanálise e a Psiquiatria

Durval Mazzei Nogueira Filho*

Resumo: o autor alerta aos profissionais que trabalham com a drogadicção, pela via psicanalítica, que, em determinadas situações, é necessária a intervenção médica mesmo se elemento em questão possa ser deduzido da relação transferencial.

24/01/2014

Dependência de drogas: o problema é a gaiola



Ol@ amigos virtu@is...

Envio para vocês um link de uma pesquisa que foi colocada em quadrinhos para ficar bem claro que o "problema das Drogas", não é das Drogas mas a Droga de vida do Sujeito!
A pesquisa demonstra que os sujeitos podem ou não viciar em Drogas, dependente da sua condição de Sujeito!

Vale a pena conferir!

Eliane Nunes

http://outraspalavras.net/blog/2014/01/21/dependencia-de-drogas-o-problema-e-a-gaiola/

22/01/2014

Uma rápida definição!

O que é toxicomania? Ou drogadicção? Ou Dependência Química?

 

   É uma condição que torna determinado sujeito obrigado a fazer acompanhar suas atividades à presença de algum agente alterador de seu modo de ver o mundo e a si próprio. Tal ação inclui um grau nem um pouco negligenciável de prazer, prazer de tal monta que porta a possibilidade de substituir e escravizar todas as outras ações que visam o alcance do prazer.

  Por vezes, o resultado é lamentável, como muitos dos que leem este escrito podem ver em parentes, amigos (as), namorados (as), vizinhos (as).

  Há várias estratégias para a abordagem desta condição: medicamentos, técnicas de controle de comportamento (as técnicas cognitivo-comportamentais) e a Psicanálise.

   Este blog põe em cena a teoria e a prática psicanalíticas para o tratamento de condição tão lamentável que envolve sujeitos que, em outra condição, seriam aos outros e a si mesmos figuras bastante interessantes.

Durval Mazzei  

19/01/2014

O ardor e a dor de amor nas canções de Winehouse


Jason Mecier © http://www.jasonmecier.com/mamywienhouse.html
          
Eliane Lima Guerra Nunes

Opção Lacaniana online nova série
Ano 1 • Número 2 • Junho 2010 • ISSN 2177-2673


Resumo
A linguagem artística, em cada estilo peculiar, transforma emoções em sentidos para seu público, criando, assim, um laço social entre público e artista. Aspectos da clínica psicanalítica atual com mulheres e a toxicomania são abordados pelo cancioneiro da jovem inglesa Amy Winehouse.
Palavras-chave: arte, laço social, psicanálise, sintoma, toxicomania.

Núcleo de Estudos sobre Toxicomania e Psicanálise


Coordenadores: Durval Mazzei (dr.durval@uol.com.br)
Eliane Lima Guerra Nunes (elguerranunes@gmail.com )


No mal estar contemporâneo, outras constelações de sintomas são apresentadas e, poderemos configurá-las como patologias do consumo, como a anorexia, a bulimia, a obesidade mórbida e a toxicomania.
Para Lacan (1992), segundo Santiago (2001), esse é um sintoma do homem moderno, que por estar imerso no discurso capitalista, buscaria sua forma particular de obter a satisfação.

Toxicomania: um pouco de história

Durval Nogueira Mazzei Filho
            Se citássemos todos os autores que comentam que a humanidade faz uso de drogas desde sempre a lista telefônica da cidade de São Paulo seria pequena. A referência há algo que não existe mais – listas telefônicas – é proposital. Implica em introduzir aquilo que a história pode nos ensinar: se homem, cultura, linguagem e crença formam um amálgama indissociável não é plenamente possível apostar que o conjunto de saberes, a episteme, de determinado tempo constitua-se em totalidade. A história ensina o que escapa e o futuro de contínuo surpreende.

Há sentido? - Núcleo de Pesquisa – Psicanálise & Toxicomania

   Desde 2008, o núcleo oferece um espaço de interlocução teórica e prática sobre a toxicomania inserida no discurso analítico, abordando a posição do sujeito, a economia dos prazeres, a redução de danos e demais aspectos clínicos.

Temas de pesquisa em andamento.
  • O discurso analítico sobre a toxicomania
  • A clínica do sujeito sob as drogas
  • A toxicomania e estruturas clínicas
  • Discursos não analíticos sobre o uso, o abuso e a dependência a drogas.


A quem se destina: aberto aos interessados no tema, após entrevista com a coordenação.
O trabalho acontece mensalmente, aos sábados das 10:00hs às 12:00hs.

Próximo encontro: 15/02/2014

A conexão Psicanálise – Psiquiatria: Efeitos possíveis

Durval Mazzei Nogueira Filho

            O gosto é começar este texto como o Snoopy começa seus romances invariavelmente recusados: “é uma noite negra e turbulenta...”. Pois: aqui está um assunto difícil. Recorrer a uma analogia mais culta permite pensar que a “conexão” entre Psicanálise e Psiquiatria parece o mundo maravilhoso e paradoxal que vige no que os físicos denominam “o infinitamente pequeno”. Aí, no “infinitamente pequeno”, cada um dos elementos reconhecidos parece outra coisa. Por vezes, onda; outras vezes corpúsculo. Outras vezes ainda, o observador julga-se capaz de influenciar o fenômeno observado. Reunindo as duas alegorias, constrói-se uma idéia de quais efeitos são possíveis entre as duas disciplinas. Imaginem as possibilidades.